Viver no modo de sobrevivência é viver à deriva de si mesmo. Você corre desde que o dia amanhece até à noite. Você é eficiente, faz tudo o que precisa fazer. Mas lá no fundo do seu ser, você sente que algo não está indo como deveria. Você sabe que não está feliz e anseia por mudanças.
Como é viver no piloto automático
Quando vivemos no modo de sobrevivência, realizamos comportamentos automáticos e habituais que não nos servem, que não refletem quem verdadeiramente somos e o que desejamos profundamente.
O que realmente importa para nós, aquilo que nos identifica e faz nossos olhos brilharem, está sendo deixado de lado. As coisas podem até estar funcionando relativamente bem, mas aquela pequena desconfiança de que poderíamos estar vivendo situações diferentes vai começar a nos incomodar. Primeiro, sutilmente. Depois, de forma mais gritante.
E aqui a palavra gritante soa muito bem porque, na verdade, vai chegar aquele momento em que realmente as coisas vão gritar dentro de nós. Nosso corpo vai começar a pedir socorro, gritando desesperadamente por descanso, por um tempo para si. Vamos ignorar e seguir continuando a viver como robôs.
Vamos sentir que estamos num buraco em que não conseguimos enxergar o fundo. Tudo nos estressa. Tudo nos esgota. Tudo nos irrita. Não conseguimos pensar direito. Não sentimos alegria nem mesmo nos momentos de lazer.
Os pensamentos se embaralham. Precisamos de dinheiro para arcar com as responsabilidades que, querendo ou não, tivemos que assumir. Os verbos mais conjugados são o comprar, o pagar, o ter. Então, vamos fingir que gostamos do emprego chato.
E seguimos sonhando com o final de semana, com as férias que passam voando, com a aposentadoria que não chega (e quando ela chegar, o que será de você?), com aquela viagem que queríamos fazer, mas não conseguimos, com...
Exaustos, sonhamos até com uma boa noite de sono, o que não acontece há tempos.
Seguimos sonhando com as mudanças que esperamos que aconteçam por milagre.
O passar dos dias acabou tornando-se algo insano e vazio. Pouco ou quase nada nos orgulha. Acabamos por nos transformar em expectadores de tudo e, impotentes, sentimos que não podemos fazer nada para mudar o rumo que a vida tomou.
Estamos correndo e lutando contra a vida, nos consumindo na dor e vendo os dias passarem. Só.
Esse é o modo de sobrevivência – o piloto automático – que muitos chamam de vida.
A mudança precisa vir de dentro
Tudo vai durar até o momento em que tivermos a coragem de olhar para dentro de nós mesmos e nos perguntar “Quando foi que eu me perdi mim? ”
O primeiro passo para sair desse lugar robotizado é tomar consciência de que você está nele. O que te levou a estar no piloto automático?
Tenha uma conversa honesta consigo mesmo. Pergunte-se sobre o que te esgota, o que te incomoda a ponto de estar destruindo sua saúde mental e que, provavelmente, você já está vendo os efeitos no seu corpo.
Quando você vai ter um tempo para você, para pensar em que você é e em quem você gostaria de ser?
Quando você vai parar e pensar no que a sua vida se transformou?
Quando você vai voltar a viver e não somente sobreviver?
O que te estressa ao extremo e corrói os seus dias? É o trabalho? É alguém com quem você convive? Ou com quem gostaria de conviver? É aquela profissão, aquele curso que você sabe que é para você, mas que tem medo de arriscar?...
O que sua alma está gritando e você evita escutar?
Você está correndo às cegas pela vida. Está sobrevivendo. Está existindo. Sem ser quem você é. Sem sentir o que gostaria de sentir. Sem fazer o que poderia e gostaria de fazer. Sem viver o que gostaria e poderia viver.
Por onde andam seus sonhos?